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A Prefeitura de Mirassol parece estar em estado de catalepsia ultimamente. Nas redes sociais e espaços comuns de convivências da cidade só se ouvem reclamações, são pais que reclamam da falta de merenda no período da tarde para as crianças, pessoas que dependem de remédios da Farmácia Popular e não são amparadas, terrenos baldios – públicos e privados – tomados pelo mato, obras municipais abandonadas pela metade e por aí vai. Sem contar o transporte coletivo, que não está funcionando completamente desde o último ano e também o mais recente caso envolvendo a frota de veículos do município, que ocasionou em uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara de Mirassol – CPI.

No site da Prefeitura, pouca coisa muda, dia após dia o resultado após abrir o portal oficial é sempre o mesmo, matérias pouco interessantes e antigas, que não informam e tampouco respondem aos questionamentos prioritários da população. Dia após dia, a equipe do Mirassol Conectada recebe mensagens de moradores insatisfeitos com alguma situação envolvendo o município: as mais recentes envolvem aparecimento de animais peçonhentos, como cobras e escorpiões nas ruas e dentro das casas. E a situação pdeve continuar, agora com a diminuição das Áreas de Proteção Permanente em torno das nascentes, que passou a ser de 30 metros de cada lado após a aprovação de um Projeto de Lei de autoria do executivo, a tendência é que esses locais que antes eram proibidos de construir sejam ocupados e que esses animais continuem invadindo a área urbana.

Questionada, a Prefeitura se cala, pouca atenção é dada aos e-mails e telefonemas realizados pela imprensa para levantar informações sobre situações críticas que faz parte da realidade mirassolense. É sempre a mesma resposta: quando confrontado frente a frente, o Prefeito André Vieira se compromete a não se omitir, sua assessoria de imprensa se compromete a levantar os dados, passam horas, dias, semanas, meses e nada de respostas.

Uma das situações questionadas pelo Mirassol Conectada é sobre as obras municipais abandonadas. Uma delas é a escola localizada no bairro Portal, na área onde funcionava a AMPA. O prédio está praticamente pronto, tem pintura nova e infraestrutura, porém já sofre com a ação do tempo e de vândalos, porque está completamente inativo.

Outro lugar que sofre com a mesma situação é o prédio que está sendo construído para abrigar o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS. A obra começou há alguns anos, em um espaço que fica localizado na Cohab II, próximo a Unidade Básica de Saúde – UBS, do bairro. Abandonada, a construção já serviu até mesmo de abrigo para cavalos. Entram também na lista as obras da UBS Vila Verde e UBS Renascença.

Outro lugar que sofre com a precariedade e falta de investimentos é a Rodoviária, cadeiras quebradas em mal estado, banheiros que não funcionam completamente e teto caindo são alguns dos problemas mais notórios do espaço, sem contar a falta de segurança noturna no local.

A educação infantil também é outra afetada, no último ano, os uniformes escolares, promessa do governo durante a campanha eleitoral, chegaram bem mais tarde que o previsto, quase no fim do ano letivo. E outro problema pode vir pela frente neste ano: as professoras infantis das creches tiveram seus cargos rebaixados para os até então extintos cargos de Berçaristas e Monitores. Consequentemente elas ganham menos, não podem assumir as salas de aula e todo investimento que realizaram para se profissionalizar na área, realizados por elas no decorrer dos oito anos que a Lei que as incluía no Plano de carreira entrou em vigor, foram perdidos.

Nem só de comida e necessidades básicas vive o homem o que nos faz entrar em outra área: a de cultura, entretenimento e lazer. Se outrora Mirassol foi conhecida e visitada por moradores da região, devido aos eventos culturais que sempre aconteciam em datas estratégias, o que o se vê é uma cidade às mínguas. Nada de novo nas programações de aniversário da cidade, Dia das Crianças, Natal ou Carnaval, no máximo uma apresentação escolar ou da banda municipal. O pouco de cultura que ainda se vê parte de iniciativas privadas ou de outras instituições que passam por aqui para realizar essas atividades, como Sesc com Circuito Sesc de Artes.

Mirassol não está atrás dos demais municípios brasileiros, muitos lugares sofrem com a precariedade de investimentos, porém o poder público está onde está para representar o povo, honrar seus eleitores e é dever dos governantes prestar satisfação à população sobre tudo que acontece. Que a resposta seja desagradável para quem a ouve ou a lê, mas o que não pode é se calar diante dos questionamentos populares e seguir tampando o sol com a peneira, como se nada estivesse acontecendo.