Mensagem viral sobre ataque provoca confusão na escola Edmur Neves

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Escola Edmur Neves fica localizada no Centro de Mirassol (Imagem: Reprodução/Google)

 

Uma mensagem viral que começou a circular ontem – quinta-feira, 14, no Whatsapp gerou pânico e estado de alerta em estudantes e profissionais da Escola Estadual Edmur Neves, em Mirassol. O conteúdo trazia imagens e alguns áudios, duas das imagens eram “Prints” do que parece ser um Status postado em alguma Rede Social, defendendo o ataque que aconteceu no início dessa semana em Suzano-SP e também o atentado de Columbine, que aconteceu no ano de 1999, nos Estados Unidos no qual, aparentemente, os atiradores brasileiros se inspiraram para planejar o massacre cometido. Esses prints começaram a ser compartilhados pelo aplicativo juntamente com a foto de um estudante da escola, seguidas de áudios de alunos apavorados, que afirmavam que o aluno poderia estar planejando um ataque na unidade escolar. Rapidamente as imagens viralizaram e chegaram até os pais.

 

Imagens: reprodução

 

 

A repercussão do caso foi tanta que o estudante acusado de ser o autor da mensagem que estava sendo compartilhada acabou se manifestando por meio de áudios, afirmando que estava sendo difamado e discriminado devido ao seu jeito de se vestir e que as mensagens não eram dele e que ele jamais ameaçou fazer qualquer massacre ou algo do tipo na escola. O estudante, no entanto, não nega ter compartilhado as mensagens que faziam apologia aos atentados, ele se refere as postagens como “memes”.

“Isso daí é um bagulho que eu postei, uns memes desse massacre que rolou aí, tá ligado? Aí nego vem querer me discriminar, só porque eu ando de preto, eu curto rock, tá ligado? Aí nego já vem com umas ideias de que eu estava apoiando massacre, que eu estava querendo fazer massacre na escola, sem nexo, eu não tenho p… nenhuma de arma, queria eu ter umas armas, arma de fogo, aí sim mano, dar tiro pro alto, foda-se. Aí nego vem falar que eu vou fazer massacre, fi? Isso aí é coisa de quem não tem o que fazer.”

Em outro áudio o estudante se desculpa com os estudantes e com os pais que ficaram assustados com a mensagem que havia sido compartilhada nas redes sociais. Em determinado trecho, o estudante diz que uma pessoa agiu covardemente e compartilhou isso de forma maliciosa e que rapidamente as pessoas compartilharam sem ir atrás de saber se aquilo era real.

“Boa noite para todo mundo aí, aos pais dos alunos da escola Edmur Neves. Então é que nessa tarde aí tem ocorrido de pessoas que estão me difamando, porque pra mim isso é uma difamação, estão me difamando, falando que eu sou psicopata, que eu sou louco, que eu vou na escola e matar todo mundo, eu sei que muita gente tá repassando aí esses áudios que a molecada tá mandando, passando foto minha. Assim, como pai ou parente, tá certo em se preocupar com seu filho, com seu parente. Eu só acho que a pessoa que fez isso, me acusando, não teve a capacidade de chegar na minha frente e falar “Oh, eu não gosto de você e isso, isso e isso”, de jogar as cartas na mesa. A pessoa não teve a capacidade de fazer isso, foi na covardia de pegar e me difamar por trás, falando que eu sou um psicopata, que eu sou um louco, como se eu fosse viver bem agora, viver normal, sair na rua normal. É fácil tacar pedra nos outros e ver que não machuca. Ninguém correu atrás de saber se era verdade, foram tudo no institinto “ah, vou postar aí e pronto, dane-se esse moleque, ele não tem vida social”, ele diz em determinada parte.

A história também chegou à direção, diversos pais foram até o local, enquanto outros entraram em contato por telefone, o que fez com que a escola registrasse um boletim de ocorrência preventivo e acionasse a Polícia Militar e os pais do estudante.

A equipe do Mirassol Conectada não conseguiu contatar o aluno que teve a foto compartilhada no Whatsapp, mas em contato com a Polícia Militar o acontecimento foi confirmado. Na manhã desta sexta-feira, a PM esteve no local, onde ouviu o estudante, seus pais e também a direção da escola. O capitão do 52º BPMI, Fábio Kunii, esteve presente durante a conversa e orientou que o pai acompanhasse mais de perto a rotina do filho e que desse mais atenção a sua rotina escolar. O estudante irá passar por terapia para evitar que a situação se torne algo traumático, devido a exposição que o mesmo sofreu.