Bebê morre com suspeita de meningite

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Uma bebê de seis meses foi internada às pressas na manhã da última segunda-feira, 5 de outubro, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do AUSTA Hospital de São José do Rio Preto. Ela foi diagnosticada com suspeita de meningite (ainda não temos informações sobre o tipo), porém morreu poucas horas depois, após sofrer duas paradas cardíacas.

Segundo informações não oficiais, a família que é de Mirassol levou a criança ao hospital pela primeira vez no sábado, ela passou por atendimento mais de uma vez e em um deles o plantonista receitou antialérgico, porque a mãozinha dela estava inchada, mas não pediu para que fossem realizados exames. Na sexta-feira ela estava normal durante o dia, brincando e dando risada, foi à noite que apareceu o primeiro sintoma: febre.

O problema piorou e na segunda-feira pela manhã ela já estava com a barriguinha dura, corpo mole e com febre. Os pais então a levaram novamente ao hospital, outro médico realizou o atendimento e notou a gravidade do problema. Ele imediatamente internou a criança na UTI, que sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu. Ela morreu por volta das 11 horas de ontem e foi sepultada na manhã desta terça-feira, 6, no cemitério municipal de Mirassol.

O grupo mais vulnerável à doença são crianças menores de cinco anos, porém bebês menores de um ano e idosos são os mais suscetíveis a doença. O corpo dela foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) que deve constatar a causa da morte.

A equipe do Mirassol Conectada entrou em contato com os familiares, mas ainda não conseguiu resposta. O AUSTA Hospital foi procurado e por meio de sua assessoria apenas respondeu que “O AUSTA hospital informa que sua Diretoria Clínica está analisando o atendimento prestado à paciente e que, se necessário, irá se manifestar após a conclusão da análise”.

A meningite é transmissível e pode se manifestar por vários agentes infecciosos, em Mirassol o setor responsável por mapear e acompanhar os casos e suspeitas é o de Vigilância Epidemiológica. Como a criança estava matriculada em uma creche municipal, os estudantes do local foram dispensados e o local precisou passar por uma limpeza geral. As aulas foram suspensas até na quinta-feira (8).

Creche municipal onde a criança frequentava teve as aulas suspensas até na quinta-feira (Foto: Marcelo Torres)

A Prefeitura aproveitou a nota para frisar ainda que a criança não passou por atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.

Tipos de meningite: conheça as causas e os sintomas da doença  

 

Imagem: reprodução

 

De acordo com dados retirados do site oficial da Secretaria de Saúde do estado de São Paulo, a meningite é um processo inflamatório das meninges, membradas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença é causada por vários agentes infecciosos como bactérias, vírus, parasitas e fungos, protozoários, helmintos ou por processos não infecciosos como traumatismo.

No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica, ou seja, casos da doença são esperados ao longo de todo o ano. A ocorrência de surtos e epidemias é ocasional, sendo mais comum que a bacteriana se espalhe no inverno e a viral durante o verão.

 

Meningites bacterianas

Uma das mais graves, ela é vista com importância do ponto de vista da saúde pública devido a sua magnitude, já que ela pode ser transmitida. Os principais agentes bacterianos causadores da meningite são: Neisseria meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo), Mycobacterium tuberculosis e Haemophilus influenzae.

 

Meningites Virais

São representadas principalmente pelos Enterovírus. Neste grupo estão incluídas as três cepas dos poliovírus, 28 cepas de echovírus, 23 cepas do vírus coxsackie A, 6 do vírus coxsackie B e 5 outros enterovírus.

Reservatório

O principal reservatório é o ser humano. No caso da meningite tuberculosa, outros animais, em especial o gado bovino, podem ser reservatórios da doença. No entanto, o homem com a forma pulmonar bacilífera é o reservatório de maior importância epidemiológica.

Modo de transmissão

Em geral a transmissão é de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato próximo (residentes da mesma casa, pessoas que compartilham o mesmo dormitório ou alojamento, comunicantes de creche ou escola) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente.

Meningite tuberculosa

A meningite tuberculosa é uma complicação da infecção tuberculosa. Os casos de tuberculose pulmonar com escarro positivo à baciloscopia constituem a principal fonte de infecção, pois eliminam grande número de bacilos, podendo provocar uma infecção maciça dos contatos, com maior probabilidade de desenvolvimento de formas graves da doença, como a meningite.

Período de incubação

Em geral são de 2 a 10 dias, em média 3 a 4 dias. Pode haver alguma variação em função do agente etiológico responsável. A meningite tuberculosa, em geral, ocorre nos primeiros seis meses após a infecção.

Período de transmissibilidade

É variável, dependendo do agente infeccioso e da instituição do diagnóstico e tratamento precoces. No caso da doença meningocócica, a transmissibilidade persiste até que o meningococo desapareça da nasofaringe. Em geral, isso ocorre após 24 horas de antibioticoterapia. Aproximadamente 10% da população pode se apresentar como portador assintomático.

Susceptibilidade e imunidade

A susceptibilidade é geral, entretanto o grupo etário mais vulnerável são as crianças menores de 5 anos, porém as crianças menores de 1 ano e os indivíduos maiores de 60 anos são mais susceptíveis à doença. Os indivíduos portadores de quadros crônicos ou doenças imunossupressoras como síndrome nefrótica, asplenia anatômica ou funcional; insuficiência renal crônica; diabetes mellitus; infecção pelo HIV, também possuem maior susceptibilidade de adoecer.

Tratamento

Em se tratando de meningite bacteriana o tratamento com antibiótico deve ser instituído tão logo seja possível, preferencialmente logo após a punção lombar e a coleta de sangue para hemocultura. O uso de antibiótico deve ser associado a outros tipos de tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência.

A precocidade do tratamento e diagnóstico são fatores importantes para o prognóstico satisfatório das meningites. A adoção imediata do tratamento adequado não impede a coleta de material para o diagnóstico etiológico, seja líquor, sangue ou outros, mas recomenda-se que a coleta das amostras seja feita preferencialmente antes de iniciar o tratamento ou o mais próximo possível deste.