Ex-presidente do Peru comete suicídio após ordem prisão

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O ex-presidente do Peru, Alan García, morreu na manhã desta quarta-feira (17), após dar um tiro na própria cabeça. García decidiu se matar após a Justiça decretar a sua prisão preventiva, na manhã de hoje, por suposto envolvimento em casos de corrupção com a empresa brasileira Odebrecht.

Após ser comunicado por policiais sobre a ordem de prisão, Garcia disse que ia falar com seus advogados, poucos instantes depois os oficiais ouviram o disparo. O ex-presidente chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Casimiro Ulloa, às 06h45, com perfurações de entrada e saída de bala na cabeça. De acordo com informações, García teve três paradas cardíacas e foi reanimado três vezes durante o processo de cirurgia, mas não resistiu.

O ex-presidente do Peru está envolvido em suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro vinculado ao caso Odebrecht, na construção da Linha 1 do Metrô de Lima.

O ex-presidente do Peru Alan García (Foto: Divulgação/Guadalupe Pardo/FilePhoto/Reuters)

Ordens de prisão

Outros dois políticos também receberam ordens de prisão hoje (17), Luis Nava, ex secretário geral da Presidência no governo Alan García, e Miguel Atala, ex-vice-presidente da PetroPerú.

Ontem (16), em sua conta no Twitter, García escreveu que “como em nenhum documento sou mencionado e nenhum indício nem me evidencia nem me alcança, só resta especulações ou que inventem intermediários. Jamais me vendi e está provado”.

García estava sendo investigado pelo Ministério Público do Peru, e impedido de deixar do país. Ele vivia em Madri desde 2016 e, no ano passado, quando estava no Peru, recebeu a ordem de que não poderia deixar o país por 18 meses, para assegurar a sua presença no processo.

Em dezembro do ano passado, García pediu asilo político ao Uruguai, alegando perseguição política, mas teve o pedido negado. À época, o presidente uruguaio Tabaré Vázquez afirmou que o caso de García não era perseguição política e que, no Peru, “funcionam autônoma e livremente os três poderes do Estado, especialmente o Poder Judiciário”.