Liberdade: A Palavra Machucada

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Dentre milhares de traduções, de línguas faladas e eras vividas, essa colocação, é um dos fatos históricos mais tristes que já existiram. A liberdade é uma equação de pensamentos que se dissolvem em tragédias; é uma ideia velha, pois o Homem a perseguiu mesmo que subconscientemente em toda sua existência. Essa autonomia de ir e vir, de se ter direitos, deveria servir como um todo social, não somente para um capitão do mato, imperador ou elite intelectual. Em distopias da história do Homem, derramamento de sangue inocente foi regra para que se fosse conseguido um mínimo de liberdade. Tantas honras foram feridas e inúmeros corações parados para que essa luta continuasse. No momento em que lhes escrevo vivemos no século XXI, a liberdade não alcançou seu apogeu; direitos humanos são violados a todo momento, enquanto o sentido do dever caminha para o túmulo.

Vivemos em um tribunal a céu aberto, sendo julgados por tudo e por todos. Ao que tudo indica, há indícios de ainda vivermos em um período democrático, ainda que esse regime esteja tão machucado quanto já esteve em outros momentos da nossa história. Predomina entre os entes sentimentos bélicos, medievais, que ferem o estado de bem-estar social. Uma sociedade que dissemina ódio por negros, gays, índios, estrangeiros e pobres. A última moda no Brasil são as Fake News; por meio de redes sociais, pessoas criam mecanismos para prejudicar determinado sujeito. Vivendo uma vida dupla, esbofeteia o conceito de liberdade atrelado a moral.

Portanto, essa palavra que deveria simbolizar o ápice da felicidade, do livre-arbítrio e da ausência de restrições continua sendo muito ferida a cada alvorecer, a cada falsa notícia e a cada ação filantrópica do governo para a sociedade. A máscara da demagogia muitas vezes consegue embutir a repulsa ao negro, que é olhado de ‘’rabo de zóio’’; ao homossexual, que é vítima de chacota nas ruas; as mulheres, que com o andar da carruagem e as batalhas solitárias conseguiram mais e melhores direitos, tudo ainda longe do ideal igualitário. De uma forma ou de outra, todos somos enforcados pelos ferrenhos laços do preconceito; enchendo de sangue o balde da liberdade e caminhando para o incerto e nebuloso NADA!

 

Fernando Henrique Alves Arruda, 30 anos,

Trabalha como montador e reparador de computadores. Graduando em Letras – Inglês na Universidade Estácio de Sá (UNESA), tem em andamento a escrita de um livro em forma de coletânea. Um processo amplo que apresenta reflexões de costumes, e experiências filosóficas das sociedades com o passar do tempo. Tem a literatura e o cinema como seus pilares.

 

Escrever é a melhor forma de se comunicar com o mundo; onde consegue colocar seus medos, pensamentos, angustias e principalmente seus sonhos. A imersão na escrita é o refúgio para fora da realidade; das reflexões mundanas.