Polícia Militar impede tentativa de suicídio em Mirassol

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A Polícia Militar de Mirassol impediu uma tentativa de suicídio na tarde do último domingo (10.09). Uma mulher, de 51 anos, teria se lançado do viaduto localizado na entrada principal da cidade (trevo Constru-sol). Em uma rápida ação, dois policiais conseguiram agarrá-la pelos pés e a puxaram de volta.

“Recebemos a chamada através do 190. Quando chegamos na área, a mulher estava sendo segurada por um homem que passava pelo local entre a aglomeração de pessoas que começou a se formar. Quando ela percebeu a nossa aproximação se soltou dele e tentou pular, se deslocando para o lado de fora da área de proteção. Consegui segura-la pelos braços e meu parceiro, já do lado de fora da grade, a conseguiu apanhar pelas pernas”, contou o soldado Fernando Neves, em entrevista ao MC. Questionada sobre o ato, a mulher teria afirmado aos policiais não enxergar sentido na vida.

Não é a primeira vez que os agentes atendem a chamados de desespero em Mirassol. Em menos de um ano, esta é a segunda vítima resgatada no município pela dupla. “A ação de salvar sempre é mais arriscada porque além de cuidar da integridade física, também envolve a área emocional. O cuidado é sempre para que a vítima não volte a cometer um novo atentado contra a própria vida”, disse o soldado Fabio Tunucci. Segundo Tunucci, a mulher foi encaminhada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Mirassol e agora deve passar por acompanhamento psicológico.

· Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: 10 de setembro

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), 34 pessoas cometem suicídio por dia no Brasil. De acordo com a organização, a cada 10 suicídios cometidos ao menos 9 poderiam ter sido evitados se a vítima tivesse conseguido buscar ajuda por assistência médica e psicológica.

A Organização das Nações Unidas no Brasil publicou em seu site oficial uma reportagem em 10 de setembro, data conhecida como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, expondo dados sobre esta grave questão de saúde pública. Confira:

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OMS: suicídio é responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo
No Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10 de setembro), a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OMS) alertaram para este grave problema de saúde pública responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo. Segundo a organização, poucos países incluíram a prevenção ao suicídio entre suas prioridades de saúde e só 28 relatam possuir uma estratégia nacional para isso.

No Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10 de setembro), a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OMS) alertaram para este grave problema de saúde pública responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo.

Em comunicado, a OPAS/OMS reconheceu o suicídio e as tentativas de suicídio como uma prioridade na agenda global de saúde e incentivou os países a desenvolver e reforçar estratégias de prevenção, quebrando estigmas e tabus existentes sobre o assunto.

Segundo dados de 2012 da agência da ONU, mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo, sendo a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. Setenta e cinco por cento dos suicídios ocorrem em países de baixa e média renda.

“Para cada suicídio, há muito mais pessoas que tentam a cada ano. A tentativa prévia é o fator de risco mais importante para o suicídio na população em geral”, disse a organização.
A ingestão de pesticida, enforcamento e armas de fogo estão entre os métodos mais comuns de suicídio em nível global.

“Trata-se de um grave problema de saúde pública; no entanto, os suicídios podem ser evitados em tempo oportuno, com base em evidências e com intervenções de baixo custo”, disse a OPAS/OMS.

“Embora a relação entre distúrbios suicidas e mentais (em particular, depressão e abuso de álcool) esteja bem estabelecida em países de alta renda, vários suicídios ocorrem de forma impulsiva em momento de crise, com um colapso na capacidade de lidar com os estresses da vida – tais como problemas financeiros, términos de relacionamento ou dores crônicas e doenças”, afirmou a agência.

Além disso, enfrentamento de conflitos, desastres, violência, abusos ou perdas e um senso de isolamento estão fortemente associados com o comportamento suicida.
As taxas de suicídio também são elevadas em grupos vulneráveis que sofrem discriminação, como refugiados e migrantes; indígenas; lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais (LGBTI); e pessoas privadas de liberdade. De longe, o fator de risco mais relevante para o suicídio é a tentativa anterior, disse a organização.

Segundo a OPAS/OMS, os suicídios podem ser evitados com uma série de medidas que podem ser tomadas junto à população, subpopulação e em níveis individuais.
Entre as medidas está a redução de acesso aos meios utilizados; a introdução de políticas para reduzir o uso nocivo do álcool; identificação precoce, tratamento e cuidados de pessoas com transtornos mentais ou por uso de substâncias, dores crônicas e estresse emocional agudo; entre outras.

“O suicídio é uma questão complexa e, por isso, os esforços de prevenção necessitam de coordenação e colaboração entre os múltiplos setores da sociedade, incluindo saúde, educação, trabalho, agricultura, negócios, justiça, lei, defesa, política e mídia”, disse a organização.
O estigma, particularmente em torno de transtornos mentais e suicídio, faz com que muitas pessoas que estão pensando em tirar suas próprias vidas ou que já tentaram suicídio não procurem ajuda e, por isso, não recebam o auxílio que necessitam, disse a OPAS/OMS.
“A prevenção não tem sido tratada de forma adequada devido à falta de consciência do suicídio como um grave problema de saúde pública. Em diversas sociedades, o tema é um tabu e, por isso, não é discutido abertamente”, salientou.

Até o momento, apenas alguns países incluíram a prevenção ao suicídio entre suas prioridades de saúde e só 28 países relatam possuir uma estratégia nacional para isso. Sensibilizar a comunidade e quebrar o tabu são ações importantes aos países para alcançar progressos na prevenção do suicídio, disse a organização.