O Ministério da Saúde alertou que 312 municípios brasileiros estão com cobertura vacinal abaixo de 50% para a poliomielite, o que deixa o país em estado de alerta. Embora o Brasil esteja livre da doença desde 1990, é fundamental a continuidade da vacinação para evitar a reintrodução do vírus no país, para isso a manutenção das coberturas vacinais precisa ser acima de 95%.
O perigo de reintrodução da doença, erradicada há 28 anos, foi divulgado pela Coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), Carla Domingues. “O risco existe para todos os municípios que estão com coberturas abaixo de 95%. Temos que ter em mente que a vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite e de outras doenças que não circulam mais no país. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. É uma questão de responsabilidade social”, afirmou a coordenadora do PNI, Carla Domingues.
O Ministério da Saúde reforça aos pais que sigam o calendário de vacinação e que mantenham atualizadas as cadernetas dos filhos. Bebês a partir dos seis meses a crianças de até cinco anos de idade devem receber as doses da vacina contra a paralisia infantil. As vacinas ofertadas pelo SUS ficam disponíveis na rede durante o ano todo, exceto a da gripe.
Porque é importante a vacinação contra a poliomielite?
A Poliomielite, conhecida popularmente como paralisia infantil, causou um elevado número de casos e mortes em todo o Brasil até os anos 90, quando foi erradicada do país. A doença é infecto-contagiosa viral aguda e é transmitida por contato direto pessoa a pessoa, via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e águas contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar).
Ela é caracterizada pelo déficit motor instala-se subitamente e sua evolução, frequentemente, não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.
Assim como a poliomielite, outras doenças também eram endêmicas no Brasil como a febre amarela urbana, varíola e rubéola e foi graças às ações de imunização que elas foram erradicadas do país. No entanto, atualmente, em muitos casos pais e responsáveis não vêm mais algumas doenças como risco, como é o exemplo da poliomielite, é o que afirma Carla.
“Por isso, é necessário ressaltar a importância da imunização e desmistificar a ideia de que a vacinação traz malefícios”, ressaltou Carla Domingues. A diretora do PNI ainda destacou que as vacinas são completamente seguras. “Em alguns casos, as vacinas podem levar a eventos adversos, assim como ocorre com os medicamentos, mas são infinitamente menores que os malefícios trazidos pelas doenças. As vacinas são seguras e passam por um rígido processo de validação”, completou.
