Votação de projeto que autoriza instalação de empresa na área da antiga Bascitrus é adiada

Empresários usam a tribuna para explicar o porquê precisam da alteração com urgência na lei de zoneamento (Imagem: Natália Campanholo)
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Durante a sessão legislativa desta semana o projeto nº 92/2017, que altera a lei de zoneamento do município (nº 3431/2011), foi o assunto mais debatido entre os vereadores. O texto autoriza a regularização de construções em desacordo com a lei, conhecidas popularmente como “Puxadinhos” e seria votado durante a sessão, porém a inserção de um novo parágrafo no projeto, autorizando a construção e instalação de indústrias em áreas rurais da cidade, gerou controvérsia entre os parlamentares, após o vereador Sérgio Henrique (PHS) pedir vista para estudá-lo melhor.

 

Empresários fizeram uso da tribuna para expor ponto de vista deles (Foto: Natália Campanholo)

A divergência de opinião entre os vereadores surgiu, pois o pedido de urgência na alteração da lei partiu de empresários que pretendem instalar uma indústria no local onde funcionava a Bascitrus, porém a lei atual impossibilita tal implantação. Fernando Oliveira e Eduardo Rosa, responsáveis pelo empreendimento em questão, estiveram presentes na sessão e fizeram uso da tribuna, afirmando que a demora na aprovação do projeto atrapalharia o cronograma da empresa, que possui prazos e que devido a esse impasse outras possibilidades estavam sendo analisadas na região.

O vereador Sérgio se posicionou na tribuna e defendeu sua decisão, alegando que o projeto em questão havia sido sugerido por ele próprio em junho e que inicialmente tratava apenas sobre a regularização dos “puxadinhos”. Segundo ele, o projeto ficou engavetado por seis meses na prefeitura e a apenas 15 dias deu entrada na Câmara com a alteração. Ele afirmou que pediu vista porque teve algumas dúvidas e que era inadmissível que o culpassem de mandar a empresa embora da cidade pelo fato de ter pedido dez dias para a análise do texto.

Prefeito André Vieira e sub de Ruilândia compareceram à sessão (Foto: Natália Campanholo)

Antes do pedido de vista ser acatado, a sessão foi suspensa a pedido do vereador Walmir Chaveiro (PTB). Neste momento, o Prefeito André Vieira (PTB) chegou à Câmara e se reuniu no plenário com os empresários e parlamentares, após a reunião os vereadores chegaram ao um consenso de vista de sete dias, colocando o projeto na pauta de votação da próxima segunda-feira.

 

Vereadores reunidos com prefeito e empresários discutem sobre o projeto de lei (Foto: Natália Campanholo)

 

Discussão sobre projeto começou cedo, durante expediente oral

O debate sobre o tema teve início cedo, durante o expediente oral. O vereador Walmir Chaveiro (PTB) foi o segundo a fazer uso da tribuna e em seu discurso defendeu a votação imediata do texto, alegando que o mesmo já estava parado a alguns dias na casa e que o adiamento da alteração na lei poderia fazer com que a empresa desistisse de se instalar em Mirassol:

40ª Sessão Ordinária – Expediente Oral – Vereador Walmir Perei…

40ª Sessão Ordinária – Expediente Oral – Vereador Walmir Pereira Junior

Posted by Câmara Municipal de Mirassol on Tuesday, November 7, 2017

 

O vereador Marcão Alves (PHS) foi o próximo a subir no púlpito e não se mostrou nada feliz com o excesso de cobrança para a aprovação do projeto:

40ª Sessão Ordinária – Expediente Oral – Vereador Marco Antôni…

40ª Sessão Ordinária – Expediente Oral – Vereador Marco Antônio Alves

Posted by Câmara Municipal de Mirassol on Tuesday, November 7, 2017

 

Sérgio Henrique (PHS), que sugeriu o pedido de vista explicou o porquê do seu posicionamento:

40ª Sessão Ordinária – Expediente Oral – Vereador Sérgio Junio…

40ª Sessão Ordinária – Expediente Oral – Vereador Sérgio Junior Henrique

Posted by Câmara Municipal de Mirassol on Tuesday, November 7, 2017

 

Daniel Sotto (PMDB) se posicionou favorável ao pedido do Sérgio, afirmando que deveria haver respeito pela opinião dos demais parlamentares:

40ª Sessão Ordinária – Expediente Oral – Vereador Daniel Sotto

40ª Sessão Ordinária – Expediente Oral – Vereador Daniel Sotto

Posted by Câmara Municipal de Mirassol on Tuesday, November 7, 2017

 

Fernando Oliveira e Eduardo Rosa explicaram que a indústria irá atuar na área de aditivos de alimentação animal e que a demora na aprovação do projeto poderia atrapalhar o cronograma da empresa, que possui prazos e que devido a esse impasse outras possibilidades estavam sendo analisadas na região.

“Estamos aqui hoje com o intuito de ouvir a decisão da Câmara em relação ao projeto que altera a lei de 3431 de zoneamento e o objetivo nosso aqui no município é implantar o projeto de uma fábrica de aditivos de alimentação animal no parque industrial onde hoje é a Bascitrus. Iniciamos o processo a mais ou menos 15 dias da Prefeitura com a empresa e surpreendentemente nos deparamos com a informação de que lá na Bascitrus, onde já é uma indústria não é possível colocar uma indústria. Nos foi informado que havia uma necessidade de um ajuste na lei para que a implantação da empresa fosse permitida e desde então estamos aguardando esse ajuste. Como temos prazo pra implantar esse projeto e iniciar a alteração, durante esse período de espera nós acabamos desenvolvendo outras opções, porque, de novo, temos prazo e como a gente não sabe como vai ser a decisão acabamos desenvolvendo outras opções de implantação aqui na região. É um projeto que deverá gerar em torno de 60 empregos no primeiro ano entre diretos e indiretos, a atuação da empresa será de âmbito nacional e lógico que uma parte desses empregos estará espalhada pelo país e a intenção da empresa com o projeto é para que aqueles empregos que ficaram localmente estabelecidos na planta seja dado prioridade aos cidadãos de Mirassol então é isso, a nossa intenção é realmente implantar o projeto aqui no município e crescer junto com a cidade, mas infelizmente realmente temos prazo pra colocar a alteração no ar e devido a isso tivemos que procurar outras opções e estamos aguardando a decisão se a gente já vai conseguir viabilizar esse projeto ou não.”, falou o empresário Fernando Oliveira.

“A questão do prazo, pra vocês entenderem, é que existem outros órgãos, né, a gente tem vários órgãos e a gente tem que atender necessidades, então nós não conseguiríamos aguardar mais do que a gente já tem aguardado aqui pela questão de outros órgãos, nós temos órgãos federais que nos consomem 90 dias, então sem essa liberação, sem a autorização aqui, depois dessa liberação eu preciso de 90 dias a mais pra pedir licenças de órgãos federais, então assim, eu gostaria que vocês entendessem do porquê do prazo, porque a gente vem pedindo essa urgência já de três a quatro semanas, porque infelizmente não são só essas licenças, nós dependemos de outras licenças em âmbitos federais, estaduais que requerem aí 30, 60 e até 90 dias. Então a ideia é realmente essa, trazer a empresa para Mirassol e trazer aí mais empregos. O local que a gente tá pleiteando, a Bascitrus, foi indústria há muitos anos, é um local que realmente já foi pra indústria, é pronto pra indústria até convido os senhores para irem lá olhar, tá pronto pra indústria”, ressaltou o empresário Eduardo Rosa.