Médico faz alerta no Dia da Conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil

Médico diz que pais ou responsáveis devem estar atentos desde os primeiros anos de vida da criança

Cirurgião do aparelho digestivo Paulo Leandro Alves Bernardo, do Austa Hospital (foto: divulgação)
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Cerca de 6,4 milhões de crianças têm excesso de peso no Brasil e 3 milhões já evoluíram para obesidade, segundo o Ministério da Saúde. É grave problema de saúde pública para o qual instituições, entidades e profissionais de saúde chamam a atenção nesta sexta-feira, Dia da Conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil.

“A sociedade, sobretudo os pais ou responsáveis pela criança, precisam atuar para que ela não ganhe peso, o que vai impactar muito sua saúde, muito provavelmente, ao longo da vida”, afirma o cirurgião do aparelho digestivo Paulo Leandro Alves Bernardo, do Austa Hospital. “Basta educar e incorporar à vida da crianças hábitos saudáveis, como a alimentação balanceada e a prática de atividade física”, completa o médico.

Para combater a obesidade, os pais ou responsáveis podem contar com a ajuda de uma equipe multidisciplinar, como médico endocrinologista, nutricionista, psicóloga, fisioterapeuta, entre outros. Crianças obesas resultam em cada vez mais adultos obesos, o que tem refletido, por exemplo, na procura crescente por cirurgias bariátricas. “Como centro de referência para a realização deste procedimento, o Austa Hospital tem constatado o aumento de cirurgias bariátricas ao longo dos anos”, afirma Dr. Paulo Bernardo.

Ficar atento, portanto, é fundamental, também porque os fatores de risco precoces para o seu desenvolvimento podem estar presentes desde o início da vida e envolvem a saúde e condição nutricional materna – índice de massa corporal pré-gestacional e ganho de peso durante a gestação -, baixo ou elevado peso ao nascer, ganho de peso exagerado nos primeiros anos de vida, não realização do aleitamento materno e introdução precoce de alimentos complementares.

O consumo de alimentos processados e ultraprocessados, bebidas açucaradas, tamanho exagerados das porções, propaganda abusiva de alimentos e o sedentarismo são todos itens relacionados ao ambiente obesogênico que as crianças e adolescentes estão expostos atualmente.

O não reconhecimento pelos familiares do excesso de peso nas crianças é a principal barreira para o diagnóstico precoce e planejamento terapêutico. “O tratamento da obesidade leva tempo, deve ser individualizado, envolver equipe multidisciplinar e respeitar o amadurecimento físico e psicológico da criança”, explica o cirurgião do Austa Hospital. Segundo ele, o objetivo do tratamento não deve ser apenas redução do peso. “Pelo contrário, as mudanças de comportamento, redução de morbidades e fortalecimentos dos vínculos com a equipe de saúde e entre a família devem ser valorizados durante todas as fases. A escola também deve estar envolvida nesse processo”, diz Dr. Paulo Bernardo.

A prevenção é a melhor forma de enfrentar o excesso de peso. Isso pode ser feito do ponto de vista individual por meio do cuidado integrado à saúde da mulher (“família”) e da criança por meio do atendimento de saúde no pré-natal e nas consultas de puericultura. Os estudos mostram claramente que a saúde e boa condição nutricional materna na gestação, a prática do aleitamento materno (exclusivo por seis meses e com outros alimentos por dois anos ou mais), consumo variado de alimentos in natura e minimamente processados, não exposição exagerada a telas, com estímulo a brincadeiras, atividades ao ar livre e em companhia dos familiares, são comprovadamente fatores que protegem a criança do excesso de peso.