Mirassol atinge um dos menores índices de perda de água do Brasil

Com base em estudo recente do setor, municípios paulistas registraram índice de perdas abaixo da média nacional

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Esap Geofone (Foto: Ricardo Boni)

 

O combate às perdas de água potável nos sistemas de distribuição é um assunto que tem chamado cada vez mais à atenção de especialistas em saneamento básico e meio ambiente do mundo todo.

Para estudar esse cenário em busca de soluções para o Brasil, o Instituto Trata Brasil, em parceria com a organização Water.org dos Estados Unidos, lançou neste mês de junho o estudo Perdas de água 2020 (ano base 2018) – Desafios à disponibilidade hídrica e necessidade de avanço na eficiência do saneamento. O documento, elaborado pela consultoria GO Associados, mostra que as perdas na distribuição estão em 38,45%, ou em outras palavras, para cada 100 litros de água captada, tratada e potável, 38 litros não chegam para ninguém, o que equivale a 7,1 mil piscinas olímpicas de água perdidas todos os dias, gerando uma perda financeira acima dos R$ 12 bilhões.

Em Mirassol e Palestina, na região Noroeste Paulista, esse tema é levado bastante a sério pela Sanessol e Esap, concessionárias responsáveis pelos serviços de água e esgoto dos municípios citados. “Com constantes investimentos e uma equipe técnica especializada, conseguimos atingir a média de 27% em Mirassol e 16% em Palestina, números bem abaixo da média nacional”, explica o diretor operacional das empresas, controladas pela Iguá Saneamento e Aviva Ambiental, Antonio Hercules Neto.

Para alcançar esses índices as empresas realizam acompanhamentos diários da perda de água nos sistemas com pesquisas por meio da mínima noturna (técnica utilizada para medir a pressão e a vazão de água), haste de escuta mecânica nos cavaletes residenciais da cidade e o Geofone que identifica o local exato do vazamento para que a manutenção seja efetuada no menor prazo possível.Além disso, a população é convocada a participar desse processo, por meio de campanhas de conscientização no combate a vazamentos internos nos imóveis. As iniciativas de combate a fraudes também são essenciais para atingir esses resultados.

“Os índices de perdas de água de nossas operadoras assemelham-se aos de países como Coréia do Sul e Bélgica, graças as ações focadas no investimento e aperfeiçoamento de tecnologias e inovações, resultando na sustentabilidade financeira e ambiental dos contratos, comenta Alexandre Lopes, CEO da AVIVA Ambiental.

A importância de estudar formas de diminuir os índices de perdas

O volume de perdas de um sistema de abastecimento de água é um fator chave na avaliação da eficiência das atividades comerciais e de distribuição de um operador de saneamento. O diagnóstico da situação das perdas deve ser desenvolvido com base no comportamento dos índices de perdas. Nesse sentido, níveis de perdas elevados e com padrões de crescimento gradual sinalizam a necessidade de maiores esforços para reduzir possíveis ineficiências no âmbito do planejamento, manutenção, direcionamento dos investimentos e atividades operacionais e comerciais.

 O que pode causar perda de água

No processo de abastecimento de água por meio de redes de distribuição podem acontecer perdas do recurso hídrico em decorrência de variadas causas, como vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados (fraudes). Essas perdas trazem impactos negativos para o meio ambiente, para a receita e para os custos de produção das concessionárias, onerando o sistema como um todo, e em última instância afetando todos os clientes.

 Desafios do Brasil

Quando se compara os indicadores de perdas de água do Brasil com os padrões de países desenvolvidos, observa-se que o sistema de abastecimento ainda apresenta grande distância da fronteira tecnológica em termos de eficiência. A média das perdas de faturamento total no Brasil em 2018 foi de 39,02%, 24 pontos acima da média dos países desenvolvidos, que é de 15%.

Fonte: http://tratabrasil.org.br/estudos/estudos-itb/itb/perdas-de-agua-2020-ano-base-2018-desafios-a-disponibilidade-hidrica-e-necessidade-de-avanco-na-eficiencia-do-saneamento