No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, pneumologista do IMC de Rio Preto alerta sobre a doença

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De forma compreensível, todas as atenções do mundo estão voltadas para a Covid-19 e a pandemia do novo coronavírus. Uma doença, cujos primeiros relatos remontam há 4 mil anos e mata mais de um milhão de pessoas no mundo, será lembrada nesta próxima quarta-feira, 24 de março. É este o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, doença grave que está entre as 10 principais causas de morte no planeta, onde acomete cerca de 10 milhões de pessoas. É uma das quatro maiores doenças contagiosas que atingem os seres humanos. No Brasil, em 2019, foram registrados 73.864 mil casos novos da doença.

“A tuberculose é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch, que ataca principalmente os pulmões, mas pode atingir outras partes do corpo como o coração, ossos, rins e as meninges (membranas que envolvem o cérebro)”, explica a médica pneumologista Mariana Bilachi Pinotti, do IMC – Instituto de Moléstias Cardiovasculares, de Rio Preto.

A tuberculose é transmitida de pessoa para pessoa. Ao falar, espirrar ou tossir, o doente expele as bactérias nas pequenas gotas de saliva, que podem ser aspiradas por outras pessoas, contaminando-as. Ambientes fechados e mal ventilados, portanto, facilitam a transmissão da doença.

“O principal sintoma da tuberculose é a tosse, com ou sem escarro, por mais de três semanas seguidas. Pode também ser acompanhada por falta de apetite, perda de peso, cansaço, dor no peito, febre no final do dia e suores noturnos”, explica Mariana.

O diagnóstico, assim, é confirmado pelo exame do escarro e, em alguns casos, podem ser necessárias radiografias e outros exames. “É muito importante que ela seja diagnosticada precocemente. Com acompanhamento do médico e tratamento correto, ela é curável e diminuímos muito a possibilidade de transmissão para outras pessoas e a ocorrência de sequelas”, pontua a pneumologista do IMC.

 

Tratamento da tuberculose

 

O tratamento é feito através de uma combinação de medicamentos, dura 6 meses, devendo ser realizado sem interrupção. “Em torno de 15 dias após iniciado o tratamento, a pessoa já não transmite mais a doença. O tratamento somente termina quando o médico confirmar a cura total do paciente”, diz Mariana. “Importante lembrar que a medicação é fornecida gratuitamente pelo SUS”, completa.

A pneumologista do IMC ressalta que a interrupção do tratamento antes da conclusão pode levar o paciente à resistência aos antibióticos ou mesmo a complicações que podem resultar em morte. Além disso, pode aumentar o risco de transmissão da doença para outras pessoas, por meio do espirro, tosse ou fala. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, de cada 10 pessoas que iniciam o tratamento, pelo menos uma abandona o uso dos medicamentos.

 

Tuberculose e a Covid-19

 

A pneumologista do IMC aponta outro motivo para as pessoas se prevenirem e, se ficarem doentes, buscarem o tratamento logo. “A tuberculose, como toda doença infecciosa de longa duração, também pode alterar a imunidade da pessoa e, por isso, torná-la mais suscetível ao desenvolvimento de outras doenças, inclusive a Covid-19”, diz Mariana. “Por isso, é preciso redobrar os cuidados, evitar sair de casa, sempre higienizar bem as mãos, não tocar no rosto, nariz e boca e fazer o máximo possível para não estar em ambientes com aglomeração”, acrescenta.

 

 

Fontes: Agência Brasil (governo federal), Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde

Pneumologista Mariana Bilachi.