Atletas mirassolenses relatam dificuldades para deixar o Chile após onda de protestos

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Foto: arquivo pessoal

 

Alguns amigos e atletas de Mirassol viajaram para Santiago, no Chile, na última quinta-feira (17) para participar de uma competição internacional de Karatê que seria realizada no fim de semana, porém a onda de protestos que tomam a capital chilena desde sexta, 18 de outubro, acarretou no cancelamento do evento e provocou momentos de dificuldades para os mirassolenses.

André Luís Lopes, que é professor do esporte, relatou um pouco dos momentos de tensão que passou ao lado dos amigos Rafaela Ferreira Saes e Idelvan de Oliveira Souza. Em contato com o Mirassol Conectada, André afirmou que chegaram ao Chile na quinta passada e não encontram nenhum problema, mas que na sexta a situação mudou completamente. Eles filmaram vários momentos em que manifestantes se reúnem em protesto ao aumento das passagens do transporte público da capital.

O presidente chileno Sebastian Piñera decretou estado de emergência após a intensificação dos protestos, a situação provocou o cancelamento do evento em que os amigos participariam e também está alterando movimentação dos principais aeroportos da cidade.

Em contato com o MC na noite de ontem (20), André afirmou que estava no aeroporto para tentar antecipar o voo, que estava marcado para as 19h30 desta segunda. Ele e os amigos, juntamente com diversos passageiros que tiveram os voos cancelados, precisaram passar a noite no aeroporto devido ao toque de recolher que foi decretado. “Agora estou numa fila, porque tem só um minimercado aberto no aeroporto, com uma fila enorme, faz mais de duas horas que estou na fila para tentar comprar uma bolacha ou alguma coisa para não passar fome à noite” – disse André.

Aeroporto estava lotado de passageiros que tiveram os voos cancelados (Foto: arquivo pessoal/André)

 

Já no final da manhã desta segunda o mirassolense entrou em contato para informar que conseguiu antecipar o voo de volta para o Brasil. O trio de amigos já estava com as passagens em mãos e na fila para pegar o avião.

Foto: arquivo pessoal/André

 

Protestos

Os protestos começaram após o anúncio do aumento das passagens de ônibus e metrôs que operam em Santiago em 30 pesos. Semelhante aos protestos registrados no Brasil em 2013, o aumento na tarifa é só a ponta do iceberg, as longas jornadas de trabalho, a falta de uma previdência pública que garanta uma aposentadoria digna para a população, além de serviços básicos como saúde pública e educação superior fizeram com que a rebelião popular se alastrasse. O governo colocou as forças militares nas ruas, cancelou metrôs em horários de pico, o que fez com que mais pessoas aderissem ao movimento, que já deixou pelo menos 11 mortos.

Protestos em Santiago, no Chile (Foto: arquivo pessoal/André)
Protestos em Santiago, no Chile (Foto: arquivo pessoal/André)
Protestos em Santiago, no Chile (Foto: arquivo pessoal/André)
Protestos em Santiago, no Chile (Foto: arquivo pessoal/André)
Protestos em Santiago, no Chile (Foto: arquivo pessoal/André)
Protestos em Santiago, no Chile (Foto: arquivo pessoal/André)