No “Julho Amarelo”, mês dedicado às hepatites virais, infectologista do Austa Hospital explica como preveni-las e tratá-las

Esta realidade preocupante sobre as hepatites A, B, C, D e E é apresentada pela Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) e o Instituto Brasileiro de Estudos do Fígado (Ibrafig)

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No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas têm hepatites virais e a imensa maioria desconhecem ser portadoras destas doenças silenciosas que podem levar à cirrose e ao câncer de fígado. Esta realidade preocupante sobre as hepatites A, B, C, D e E é apresentada pela Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) e o Instituto Brasileiro de Estudos do Fígado (Ibrafig).
As hepatites B e C respondem por 74% dos casos notificados no país e o tipo C foi responsável por mais de 76% das mortes entre 2000 e 2018, segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2020, o mais recente editado pelo Ministério da Saúde.
As hepatites dos tipos A e E apresentam evolução aguda e resolução espontânea, sendo poucos comuns complicações nas pessoas infectadas. As dos tipos B e C, após a fase aguda, podem tornar-se crônicas e permanecer com o infectado até que sejam diagnosticadas e tratadas. Em menor frequência, o vírus da hepatite D incide mais na região Norte. Já a variante E é encontrada com maior facilidade na África e na Ásia.
As estatísticas, no entanto, podem e devem ser revertidas, sobretudo dos tipos B e C.
Para a hepatite B, existe vacina e tratamento com medicações que interrompem sua progressão. Das infectadas, 5% a 10% das pessoas adultas pode desenvolver alguma cronicidade.
Já para a hepatite C, não há vacina, embora medicamentos utilizados desde 2015 tornaram o tratamento mais eficaz, com chances de cura de 95% a 98%. Se a pessoa não buscar acompanhamento médico para se cuidar, no entanto, tem grandes chances de desenvolver complicações.
“Por isso, é importante detectar e tratar a doença precocemente, isto é, quando os danos ao fígado e a outros órgãos ainda podem ser controlados com o tratamento adequado”, ressalta o médico infectologista Vitor Dantas Muniz, do Austa Hospital, de São José do Rio Preto.
A do tipo D, de acordo com os especialistas, tem menor incidência pois depende diretamente da B para se desenvolver.
Um dos principais problemas da hepatite é a grande possibilidade de, se não tratada, tornar-se crônica, evoluindo para cirrose hepática e, depois, câncer no fígado. “Importante sempre destacar que a maior parte dos casos não apresenta sintoma, o que faz com que o diagnóstico mais preciso seja a testagem”, salienta o infectologista do Austa Hospital.
Segundo Dr. Vitor, os sintomas mais comuns da doença aguda são cansaço, febre, tontura, enjoo, vômitos, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Alguns grupos de pessoas apresentam maior risco de ser infectado pela hepatite C, como:

com 40 ou mais anos;
• que receberam transfusões de sangue ou transplantes de órgãos antes de 1993;
• usuárias de drogas injetáveis ou que compartilham agulhas injetáveis;
• que fizeram tatuagens, piercings ou de escarificação sem o devido controle sanitário;
• com infecção pelo HIV ou com parceiros sexuais com pacientes com diagnóstico de HCV;
• presidiários e pessoas com antecedente de encarceramento;
• desabrigadas;
• com múltiplos parceiros sexuais ou com múltiplas doenças sexualmente transmissíveis;
• e/ou que admitem elevado consumo de álcool.

Dr. Vitor Dantas Muniz, do Austa Hospital, de São José do Rio Preto.